quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Acupuntura no tratamento da Dependência Química

Acupuntura usada no tratamento de dependentes químicos no Piauí, por enfermeira italiana, será modelo para o resto do Brasil
Usada quase de forma clandestina na China para o tratamento de dependentes de ópio por causa da perseguição dos traficantes, a acupuntura é usada, com êxito, no tratamento de usuários de drogas na comunidade terapêutica Terra da Esperança, que a entidade não-governamental Fazenda da Paz mantém em Timon (MA).

Na Terra da Esperança, o uso da acupuntura é feita pela enfermeira e terapeuta Anna Belleno, nascida em Veneza e formada pela Universidade de Enfermagem, que trabalha um dia por semana fazendo sessões com os dependentes químicos.
“A acupuntura ajuda muita a gente, principalmente durante o período de abstinência quando a gente fica muito ansioso e não consegue dormir”, afirma Antônio Filho, um dos coordenadores da Terra da Esperança e ex-dependente químico.
Anna Belleno disse que a acupuntura serve para o tratamento de dependentes químicos por várias razões porque é usada para dimunir a compulsão pelas drogas.
“Quando os dependentes químicos entram em uma casa terapêutica, eles sempre enfrentam uma crise de abstinência e a grande maioria deixou de usar drogas na porta do escritório para vir para cá. Eles já entram em uma estado que leva à crise de abstinência, quando aumenta o nervosismo, a ansiedade, aumentam o desejo e aquela ânsia compulsiva de querer consumir drogas e a acupuntura e o tratamento com florais de Bach, em conjunto, para o controle das emoções”, declarou Anna Belleno.
Segundo ela, os florais de Bach trabalham sobretudo com o controle das emoções e atinge os órgãos que foram afetados com o uso de drogas.
Anna Belleno disse que, em conjunto, a acupuntura e os florais de Bach melhoram os órgãos afetados com o uso de drogas como o cérebro, o pulmão e fígado.
A acupuntura age como estímulo. Na orelha, que tem o formato de um feto invertido, existe comunicação com todos os órgãos do corpo. O lóbulo corresponde à cabeça e o resto da orelha corresponde a todo o corpo.
“Na orelha nós encontramos todos os pontos referenciais do organismo humano. Quando a gente coloca a agulha naquele lugar é referente a um órgão e aquele órgão é ligado a uma emoção. Eles atuam por estímulo, vão estimulando o órgão”, falou Anna Belleno.
O lóbulo da orelha corresponde à face da pessoa, os olhos, o maxilar e tem um ponto relacionado à tensão. A tensão leva, às vezes, a ranger os dentes por causa da pressão com o maxilar, também tem um ponto relacionado com a hipertensão, o que permite baixar a pressão arterial.
Dentro da concha da orelha existem os pontos referentes aos rins, o próprio cérebro. Na esquina da orelha tem os pontos correspondentes a todo o tronco cerebral.´Também existem os pontos referentes ao coração, que trabalham a calma e isso é usado para o tratamento dos dependentes químicos.
Os florais de Bach, originados na Inglaterra, são a inspiração dos florais de Minas, que são usados na Terra da Esperança. “Os primeiros que surgiram foram os florais de Bach. Esse conceito se espalhou e inspirou os florais de Minas.
Neste caso, os dependentes químicos tomam gotinhas de florais de Minas, que trabalham o princípio energético da pessoa. “No tratamento se parte do princípio que nós estamos trabalhando com emoções desequilibradas. Equilibrando as emoções se equilibra todo o organismo. Quem tem esse poder de equilibrar as emoções e o organismo são determinadas flores. Foi um médico que descobriu, ele tinha estudado a razão de que algumas pessoas tomam os remédios e ficam bons e outros não, que um medicamento não cura todas as pessoas. Isso porque atrás de uma doença tem uma emoção mal resolvida, mal digerida e mal trabalhada. O médico conseguiu trabalhar essas flores. Cada flor trabalha uma emoção e eles vão em conjunto trabalhar o princípio energético das pessoas”, informou Anna Belleno.
Ela administra os florais de Bach com gotinhas colocadas diretamente na boca ou diluída em um pouco de água para trabalhar a ansiedade extrema, o nervosismo e a postura de dificuldade de aceitar as coisas por causa da própria ansiedade.
Anna Belleno orienta que durante as terapias os dependentes químicos em tratamento fiquem descalços durante o aquecimento por saber que as palmas das mãos e o sola dos pés recebem e emitem energia. As plantas dos pés são as que mais eliminam energia. As sandálias de borracha que as pessoas usam são isolantes. Os dependentes químicos caminham descalços na areia para dispersão das energias negativas e absorção das energias positivas.
“Quando se elimina o negativa se absorve o positivo que vem da própria natureza, do chão, do ar e do verde que está em redor. Saem as energias negativas que eles trazem pelo uso de drogas, o negativismo, o aborrecimento, a raiva, o sentimento de mágoa. Isso é jogado fora e vem a energia positiva, que é o otimismo, a natureza, o verde, o respirar, a vontade de mudar de vida, de vencer e de sentir importante. É preciso se carregar da energia do universo que é favorável à vida”, declarou Ana Belleno.
Embaixador da China no Brasil vai falar sobre uso da acupuntura para o tratamento da dependência de drogas
O senador piauiense Wellington Dias (PT) afirmou que na China a acupuntura no controle do vício de ópio. O uso da acupuntura para o tratamento de dependentes de ópio teve êxito e, por isso, traficantes da droga mataram acupunturistas que usavam suas técnicas para retirar as pessoas do vício.
Wellington Dias informou que o embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, vai ser convocado pela Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas para falar sobre o uso da acupuntura no tratamento dos dependentes químicos. O objetivo da exposição é sobre o uso da acupuntura na redução das reações que o organismo apresenta durante as crises de abstinência.
“Na China, o grande problema é o ópio e o governo começou a usar uma política utilizando a acupuntura voltada para a cura do vício do ópio e teve uma reação dos traficantes no sentido de matar os profissionais de acupuntura. Hoje ainda existe o sistema, mas de forma muito reservada”, falou Dias.

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